outubro 28, 2008

Retórica...

Diz a lenda que Rui Barbosa, ao chegar em casa, ouviu um barulho
estranho vindo do seu quintal. Chegando lá, constatou haver um ladrão
tentando levar seus patos de criação. Aproximou-se vagarosamente do
indivíduo e, surpreendendo-o ao tentar pular o muro com seus amados
patos, disse-lhe - Oh, bucéfalo anacrótico! Não o interpelo pelo valor
intrínseco dos bípedes palmípedes, mas sim pelo ato vil e sorrateiro
de profanares o recôndito da minha habitação, levando meus ovíparos à
sorrelfa e à socapa. Se tu fazes isso por necessidade, transijo; mas
se é para zombares da minha elevada prosopopéia de cidadão digno e
honrado, dar-te-ei com minha bengala fosfórica bem no alto da tua
sinagoga, e o farei com tal ímpeto que te reduzirei à qüinquagésima
potência que o vulgo denomina nada.

E o ladrão, confuso, diz:

- 'Dotô', resumindo, eu levo ou deixo os 'pato'?

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